sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A mão-de-obra que não se vê

Em tese, o Brasil não possui escravidão por esta ter sido abolida em 13 de maio de 1888 com a lei Áurea, assinada pela princesa Isabel. Todos já conhecemos esse ponto da história. Mas há um lado que a maior parte da população não enxerga e muito menos sabe. A escravidão ainda existe por baixo dos panos.

Conhecida por escravidão moderna, não consiste mais na compra e venda de seres humanos em espaços públicos. O que há é o abuso do patrão, jornadas exaustivas, a exploração dos serviços do indivíduo, a política de dívidas, a privação da liberdade e as condições degradantes de trabalho.

Para tratar do tema, o procurador do Ministério Público do Trabalho Leonardo Mendonça deu uma palestra na Universidade Católica de Pernambuco. No dia 27 de outubro, das 19h às 21h30, ele falou dos obstáculos enfrentados para punir empresas e empresários infratores.

Segundo Leonardo, a novo escravidão é um círculo vicioso que tem origens no sistema social. A falta de conhecimento dos direitos, consumo desenfreado e indivíduos exploradores no poder só contribuem para formar um sistema de dependência.

As penalidades são brandas e pouco relevantes para esses estabelecimentos. “Se a empresa causa danos às pessoas ela deve pagar pelo que chamamos de Dano Moral Coletivo. É uma indenização que tenta ressarcir não o prejuízo físico e emocional enfrentado pelo trabalhador”, declara o promotor.

Logo no início da palestra, foi exibido o documentário “Carne, Osso” produzido pela equipe da ONG Repórter Brasil. A obra mostra história de ex-trabalhadores de frigoríficos e matadouros e as condições insalubres desse tipo de trabalho. Eles contam dramas pessoais e coletivos nascidos de um modo de produção desumano. Filmado em cidades da região Sul e Centro-Oeste, foi selecionado para o Festival “É Tudo Verdade”.

Confira aqui o trailer de “Carne, Osso”.


Exercício extra.

Por Luana Saturnino

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