
*Alguns dos nomes usados são fictícios para preservar a identidade dos entrevistados.
Sexta-feira, o fim de uma semana agitada de trabalho e faculdade. Já é noite e estou e

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Marília e tantos outros consumidores da Cannabis Sativa fazem parte de um grupo que defende a legalização da maconha. Ela apoia e participará próxima Marcha da Maconha que houver em Recife. “Vou lá pra reivindicar o direito de consumir. Não quero aparecer lá pra fingir que sou a bacana, a descolada só porque uso maconha. Só não concordo com a criminalização do produto e dos usuários”.

Não são todos que tragam a erva com regularidade. O biólogo e doutorando Romero é um exemplo de, como ele mesmo chama, um mau “canabista”. Ele consome a droga natural com baixa frequência ao ano. A cada seis meses dá uma tragada. “Se eu acordasse hoje e prometesse nunca mais fumar, o impacto seria diferente se eu tivesse prometido nunca mais beber, já que dou uns ‘tapas’ eventuais”.
O biólogo também não gosta de fumar em locais públicos, pois sente-se mais vulnerável por seus reflexos ficarem mais lentos. “ Uma vez voltei de bicicleta, completamente ‘chapado’, pra casa. O caminho era da UFPE até um residencial na avenida Caxangá e foi o perto da morte que estive”. Medo de passar mal em algum lugar é outro fator que contribui para que Romero seja favorável ao consumido doméstico. “ Lembro de uma vez que vi uma amiga cair ‘chapada’ e com pressão baixa num banheiro de bar. Prefiro curtir em casa. O efeito é bom pra ouvir Radiohead e ‘viajar’”.
Maconha pela economia
Quando o tema é legalização, obviamente, há quem concorde e há quem não. Além de usuários, algumas pessoas que não consomem maconha acreditam que a legalização dela possa trazer certos benefícios econômicos. “Tavez, fosse bom para a economia, porque seria mais um mercado a ser explorado”, disse o administrador Vitor Nóbrega, chamando a atenção para produtos confeccionados com a planta, como queijo, refrigerante e até tênis.

Ele mora no Canadá e está de férias aqui em Recife. Lá, a maconha é legalizada para consumo doméstico desde 2003. Vitor não é usuário, mas vários de seus amigo que moram no país da América do Norte são. Ele conta que a cultura da Cannabis é tão forte lá fora, que os amigos estrangeiros não conhecem nenhum adulto que não fume maconha, exceto ele. “Eu não me sinto excluído desse grupo, até porque nunca fui de ceder a essas besteiras de pressões sociais. Tanto é que nem bebo”.
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